O herpes-zóster é uma doença relativamente comum e que ocorre em pessoas que já tiveram catapora, sendo ocasionada por uma reativação do vírus varicela-zóster. A doença causa o surgimento de lesões de pele, as quais têm a forma de bolhas cheias de líquido. As lesões podem ser bastante dolorosas, podendo ser sentidas como uma queimação ou ainda como pontadas.
O herpes-zóster pode provocar diferentes complicações, sendo uma delas a neuralgia pós-herpética, a qual se caracteriza pela permanência de dor mesmo após a cura das lesões. O herpes-zóster apresenta diagnóstico, geralmente, clínico. Entretanto, casos mais complexos podem necessitar de exames complementares. O tratamento pode ser feito usando apenas medicamentos para tratar os sintomas ou também medicamentos antivirais.
Leia mais: Doenças causadas por vírus
Resumo sobre herpes-zóster
-
A reativação do vírus varicela-zóster provoca o desenvolvimento de herpes-zóster, também chamado de cobreiro.
-
O herpes-zóster provoca o surgimento de lesões de pele que podem ser bastante dolorosas.
-
Pode provocar complicações, como a neuralgia pós-herpética.
-
Na neuralgia pós-herpética, o paciente permanece sentindo dor mesmo após a cura das lesões de pele.
-
O diagnóstico de herpes-zóster é, geralmente, clínico.
-
Seu tratamento pode ser baseado apenas no cuidado de sintomas ou envolver terapia antiviral.
O que é herpes-zóster?
Herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, é uma doença provocada pelo vírus causador da catapora (vírus varicela-zóster) e se desenvolve devido a uma reativação desse vírus no organismo. Após a infecção primária causada pelo vírus, ele permanece de forma latente no sistema nervoso, sendo possível, em determinadas situações, em que há uma queda na imunidade do indivíduo, reativar-se.
De acordo com o Ministério da Saúde, algumas pessoas desenvolvem herpes-zóster após contato com doentes de catapora e, até mesmo, com outro doente de herpes-zóster. Essas situações indicam que há a possibilidade de uma reinfecção em pacientes previamente imunizados. Além disso, o Ministério enfatiza que uma criança pode adquirir catapora por meio do contato com o paciente com herpes-zóster.
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento do herpes-zóster?
O herpes-zóster apresenta como principal fator de risco o aumento da idade, ocorrendo, principalmente, em pessoas com 55 anos. Esse fator está relacionado com uma queda na resposta imunológica mediada pelas células T à medida que a idade avança. Além dele, são fatores de risco o sexo feminino, etnia negra e casos da doença na família.
Quais são os principais sintomas do herpes-zóster?
O herpes-zóster pode iniciar-se com sintomas pouco específicos como febre baixa, coceira, dor nos nervos, mal-estar e sensibilidade local. Posteriormente, surgem as lesões características da doença que são pequenas bolhas cheias de líquido (vesículas), circundadas por uma área avermelhada. Essas lesões secam e formam crostas em cerca de uma semana após seu início. Após duas a três semanas, elas estão curadas.
As lesões causadas pelo herpes-zóster localizam-se apenas em um lado do corpo, raramente ultrapassando a linha média. Em pacientes imunocomprometidos, pode-se observar, no entanto, lesões cutâneas disseminadas.
As lesões de pele causadas pelo herpes-zóster provocam dor leve ou intensa a depender do indivíduo. A forma como essa dor se manifesta também pode variar, seja como queimação, seja como pontadas. Algumas pessoas sentem dor mesmo sem que lesões surjam na pele. Essa condição é rara e chamada de zoster sine herpete.
Em algumas situações, o varicela-zóster se reativa no nível do gânglio geniculado do nervo facial e provoca uma síndrome conhecida como síndrome de Ramsay Hunt. Seus sintomas incluem a paralisia facial periférica e o surgimento de lesões e dor no pavilhão auricular.
Leia mais: Sarampo — doença cujo principal sintoma são os exatemas (erupções cutâneas)
Quais complicações o herpes-zóster pode trazer?
O herpes-zóster é uma doença que pode provocar complicações graves. Uma das mais conhecidas é a neuralgia pós-herpética, uma dor que permanece mesmo após as lesões de pele terem sumido. Essa dor é muito debilitante e pode perdurar por meses e até mesmo anos.
Além da neuralgia pós-herpética, o herpes-zóster pode causar a chamada ataxia cerebelar, que pode afetar o equilíbrio e coordenação de uma pessoa, e a chamada síndrome de Reye, uma situação rara e potencialmente fatal que se caracteriza pela inflamação no cérebro. Pode-se observar ainda problemas oftalmológicos, varicela disseminada ou varicela hemorrágica em pessoas com sistema imunológico comprometido, infecção fetal e infecção secundária bacteriana. A infecção secundária pode provocar quadros de pneumonia, artrite, endocardite, entre outros problemas.
Como se diagnostica o herpes-zóster?
O herpes-zóster é uma doença que pode ser diagnosticada, na maioria das vezes, com base na análise dos sintomas apresentados pelo paciente. Algumas situações, no entanto, podem gerar dúvidas, o que requer a realização de exames complementares, como a imunofluorescência direta para o antígeno do varicela-zóster ou PCR para o DNA do varicela-zóster. Dentre os casos que podem necessitar de exames complementares, destacam-se aqueles em que não há a presença de lesões de pele e aqueles em que as lesões estão disseminadas.
Como o herpes-zóster é tratado?
O herpes-zóster pode ser tratado com o uso de antivirais ou apresentar tratamento apenas sintomático, ou seja, focado nos sintomas apresentados pelo paciente. O Ministério da Saúde indica este último para pessoas que não têm risco de agravamento.
Nesse caso, pode-se usar anti-histamínicos para atenuar a coceira, analgésicos e também antitérmicos. Em casos em que ocorre a infecção secundária bacteriana, deve-se fazer uso de antibióticos para contornar o problema. O Ministério recomenda a administração de antiviral para pessoas com risco de agravamento.
Leia mais: Caxumba — doença viral que pode ser tratada com analgésicos, anti-inflamatórios e repouso
Vacina contra herpes-zóster
Apesar de existirem vacinas contra herpes-zóster, elas não são disponibilizadas para todas as pessoas e são encontradas apenas em clínicas particulares, com um custo bastante elevado. Um dos grupos que podem ser beneficiados com a vacina são adultos com idade igual ou superior a 50 anos.