Você, com certeza, já ouviu falar de Darwin e do processo da seleção natural. Mas o que realmente quer dizer seleção natural? É realmente o mais forte que sobrevive?
Charles Darwin, após voltar de sua viagem ao redor do mundo a bordo do navio Beagle, iniciou uma criação de animais domésticos. Ele observou que, muitas vezes, alguns criadores cruzavam animais com características importantes entre si. Isso fazia com que aquelas características fossem passadas de geração para geração. Esse método é conhecido por seleção artificial.
A partir dessas observações, Darwin começou a relacionar a evolução artificial ao que tinha observado na natureza. Ele havia notado que os seres vivos apresentam características variadas, e algumas delas poderiam até influenciar na sobrevivência desses seres, pois, muitas vezes, alguns indivíduos morriam muito precocemente.
A partir dessas observações, ele verificou que os que não morriam jovens conseguiam reproduzir-se e passar suas características aos seus filhotes. Darwin então propôs que haveria uma luta pela sobrevivência e que apenas os mais aptos poderiam sobreviver. Os que conseguiam chegar à idade reprodutiva passavam essas características aos seus descendentes. Ele chamou esse processo de seleção natural.
Vale destacar que não é o mais forte que sobrevive, e sim o mais apto. Isso quer dizer que apenas aqueles que possuem características favoráveis para sobreviver em um determinado ambiente conseguem reproduzir-se e passar suas características aos seus descendentes.
Um exemplo típico da seleção natural e visto nos dias de hoje é o caso das bactérias resistentes a certos tipos de antibióticos. Ao contrair uma doença bacteriana, logo somos instruídos a tomar antibióticos. Como as bactérias sofrem mutações constantemente, algumas vezes surgem indivíduos capazes de resistir a determinado medicamento. Elas podem reproduzir-se e passar sua característica aos seus descendentes. É aí que surge um problema: bactérias resistentes. Perceba que o meio é o nosso corpo e o antibiótico agiu como um agente externo que selecionou os indivíduos mais aptos, no caso as bactérias resistentes.
Outro exemplo muito importante de seleção natural diz respeito à anemia falciforme. Essa anemia é uma doença hereditária que tem por principal característica a presença de hemácias em formato de foice e que possuem pouca capacidade de transporte de oxigênio. Apesar de ser uma doença grave, por que ela foi selecionada em algumas partes da África?
A resposta está no fato de que na África existem muitos casos de malária, outra doença grave. Entretanto, pessoas com esse tipo de anemia são imunes à malária e, por isso, a anemia falciforme acabou sendo selecionada. Observe que, em condições normais, a doença não seria selecionada, mas em um ambiente em que a malária podia causar a morte, a anemia era uma característica favorável. Lembre-se de que a seleção natural age selecionando indivíduos adaptados a um ambiente.
É importante destacar que a seleção natural atua a todo o momento e em todos os seres vivos, desde bactérias até humanos, sendo constante, portanto, a luta pela sobrevivência.
Por Ma. Vanessa dos Santos