Teoria da evolução é uma explicação científica para a vasta diversidade de espécies presente no planeta Terra, centralizando-se na ideia de que os organismos se modificam ao longo do tempo. Dessa forma, eles não são fixos ou imutáveis. Existem várias teorias evolutivas. Essas teorias representaram uma oposição à concepção do fixismo, que sustentava que as espécies permanecem inalteradas ao longo do tempo.
Dois naturalistas proeminentes, Charles Darwin e Alfred Wallace, propuseram quase simultaneamente a teoria da evolução por seleção natural. Essa teoria postula que as características mais bem adaptadas ao ambiente têm maior probabilidade de serem transmitidas às gerações subsequentes; assim, representa a maior probabilidade de sobrevivência, em cada geração, de indivíduos melhor adaptados ao ambiente. Essa perspectiva teve um papel fundamental na transformação do entendimento sobre a evolução.
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Resumo sobre teoria da evolução
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Teoria da evolução é uma explicação científica para a vasta diversidade de espécies presente no planeta Terra, centralizando-se na ideia de que os organismos se modificam ao longo do tempo.
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Existem várias teorias evolutivas. Essas teorias contrapõem-se à ideia de fixismo, defendendo, dessa forma, que os organismos se modificam ao longo do tempo.
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Uma das primeiras publicações questionando a imutabilidade das espécies foi feita por Erasmus Darwin, avô de Charles Darwin.
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Lamarck propôs uma teoria para explicar a adaptação das espécies aos diferentes ambientes que, embora tratada historicamente como uma teoria evolutiva, não questionava a origem das espécies.
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Charles Darwin e Alfred Wallace desenvolveram, quase concomitantemente, a ideia de evolução por seleção natural, após terem tido contato com uma grande diversidade biológica em arquipélagos.
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A seleção natural postula que os indivíduos melhor adaptados ao ambiente têm maior probabilidade de sobrevivência em cada geração e que as característica envolvidas têm maior probabilidade de serem transmitidas às gerações subsequentes.
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A seleção sexual sugere que características que ampliam a capacidade de um organismo atrair parceiros para a reprodução podem ser favorecidas pela seleção natural, uma vez que aumentam sua aptidão para deixar descendentes.
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A teoria sintética da evolução ou neodarwinismo integra a genética com a teoria da evolução de Darwin e Wallace.
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Os defensores do darwinismo social utilizavam, erroneamente, os princípios da seleção natural para justificar desigualdades sociais.
Videoaula sobre a teoria da evolução
O que é a teoria da evolução?
A teoria da evolução é uma explicação científica para a diversidade da vida na Terra que tem como um de seus princípios o fato de que as espécies mudam ao longo do tempo em um processo biológico conhecido como evolução. A evolução descreve as mudanças nas características hereditárias de uma população de organismos ao longo do tempo. Essas modificações têm o potencial de conferir vantagens competitivas em termos de sobrevivência, podendo levar ao surgimento de novas espécies e à adaptação a diferentes ambientes.
Quais são as teorias da evolução?
Até o final do século XVIII, a teoria do fixismo oferecia uma explicação satisfatória para a diversidade de espécies no planeta, atendendo às concepções da época. Essa teoria postulava que as espécies foram criadas com suas formas e estruturas atuais, sendo imutáveis e fixas ao longo do tempo, e resultado de uma criação divina.
No início do século XIX, o fixismo começou a ser questionado, pois não conseguia explicar as descobertas científicas emergentes. A partir desse período, a origem da biodiversidade tornou-se um problema biológico a ser investigado cientificamente, e diversos pesquisadores (conhecidos como naturalistas na época) se dedicaram a propor hipóteses para explicar essa questão:
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Erasmus Darwin: uma das primeiras publicações discutindo a possibilidade de evolução foi feita por Erasmus Darwin, avô de Charles Darwin. Em 1795, Erasmus publicou Zoonomia, na qual especula a possibilidade de uma espécie evoluir de outra. Embora sem uma base de dados ou experimentos, essa publicação tem sua importância ao ser uma das primeiras que questionaram a ideia de fixismo.
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Jean Baptiste Lamarck: em 1808, o naturalista Lamarck propôs uma hipótese para explicar a adaptação das espécies aos diferentes ambientes. Embora historicamente tratada como uma teoria evolutiva, ela não postula, necessariamente, que, por meio das adaptações das espécies aos ambientes, uma espécie poderia passar a ser outra. Dessa forma, Lamarck não questionou a origem das espécies. Atualmente, boa parte de suas hipóteses é refutada pelas evidências científicas. As explicações de Lamarck se apoiavam em duas hipóteses, e seu conjunto de ideias é conhecido como lamarckismo:
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Transmissão de caracteres adquiridos: Lamarck propôs que as características adquiridas durante a vida de um organismo poderiam ser transmitidas à sua descendência. Por exemplo, ele sugeriu que o pescoço alongado das girafas se desenvolveu porque os ancestrais esticavam seus pescoços para alcançar folhas altas, e essa característica teria sido transmitida aos descendentes.
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Uso e desuso: Lamarck argumentou que o uso constante de uma estrutura levaria ao seu desenvolvimento e fortalecimento, enquanto a falta de uso resultaria em atrofia. Essa ideia estava ligada à sua teoria da herança dos caracteres adquiridos.
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Charles Darwin e Alfred Russel Wallace: em 1859, o naturalista inglês Charles Darwin publicou o livro A origem das espécies, introduzindo a teoria da evolução por seleção natural. Simultaneamente, o naturalista Alfred Russel Wallace desenvolvia uma teoria semelhante para explicar a origem da diversidade biológica. Segundo eles, as espécies mudam ao longo do tempo por meio de um processo de seleção natural.
Atualmente a teoria da evolução por seleção natural é a mais aceita para explicar a origem da diversidade biológica. Ao longo dos anos, ela foi revista continuamente por pesquisadores, na tentativa de preencher as lacunas de conhecimento ainda existentes.
A teoria sintética da evolução ou neodarwinismo, por exemplo, é uma integração das ideias da genética (como princípios da genética mendeliana, mutação e recombinação gênica) com a teoria da evolução de Darwin e Wallace, buscando fornecer uma explicação para como as variações genéticas surgem e são transmitidas nas populações. Desde então, o conhecimento científico expandiu-se, ainda mais, com avanços na genômica, paleontologia, biologia molecular e ecologia, contribuindo cada vez mais no entendimento da variação.
Importante: As teorias evolutivas que emergiram durante os séculos XVIII e XIX questionavam apenas o fixismo e a origem da diversidade de espécies. Naquele momento, a origem da vida não era um tópico de discussão, e era atribuída à existência de um Criador.
Charles Darwin e a teoria da evolução
A primeira teoria da evolução foi desenvolvida quase simultaneamente pelos naturalistas Charles Darwin e Alfred Russel Wallace. Embora não se saiba exatamente como Darwin e Wallace conceberam ideias tão semelhantes quase ao mesmo tempo, é conhecido que o contato que ambos tiveram com a vasta diversidade biológica em arquipélagos durante expedições de coleta contribuiu para fundamentar suas teorias.
Darwin, sendo mais reconhecido no meio científico, acabou recebendo maior crédito ao longo do tempo. Dessa forma, é comum encontrar a teoria da evolução por seleção natural apenas creditada a ele.
A teoria da evolução por seleção natural explica como características que oferecem vantagens adaptativas tornam-se mais comuns em uma população ao longo do tempo. A seleção natural é a maior probabilidade de sobrevivência, em cada geração, de indivíduos melhor adaptados ao ambiente.
Para isso acontecer, a seleção natural parte da ideia de que existe variação entre os indivíduos em suas características. As características mais bem adaptadas ao ambiente têm maior probabilidade de serem transmitidas (ou selecionadas) às gerações subsequentes, conferindo maior capacidade reprodutiva (ou maior chance de deixar descendentes).
Além disso, essa teoria também defende a ideia de ancestralidade comum. O princípio da ancestralidade comum sustenta que todas as formas de vida na Terra compartilham um ancestral comum. Dessa forma, se retrocedermos milhões de anos no tempo, todas as espécies compartilham um ponto em comum, do qual evoluíram.
A teoria da evolução por seleção natural trouxe um impacto significativo na compreensão científica da Biologia e é um dos princípios fundamentais da Biologia moderna. Apesar disso, ela não deixou de ser alvo de críticas. Na tentativa de defender sua teoria, Darwin buscou levantar hipóteses que preenchessem as lacunas deixadas pela sua ideia inicial. Entre elas, estão:
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Seleção sexual: uma das principais críticas direcionadas à ideia de seleção natural era a dificuldade em fornecer uma explicação para a permanência de estruturas em alguns animais que, aparentemente, não conferiam nenhuma vantagem adaptativa e, além disso, pareciam desvantajosas. A cauda do pavão macho, por exemplo, poderia torná-lo mais suscetível a predadores.
Então, em 1871, Darwin ofereceu uma explicação para a existência dessas estruturas por meio da seleção sexual, que acabou por se tornar um componente da seleção natural. A seleção sexual sugere que características que ampliam a capacidade de um organismo atrair parceiros para a reprodução também podem ser favorecidas pela seleção natural, aumentando sua aptidão para deixar descendentes.
Dessa forma, a eventual desvantagem física seria compensada pelo sucesso reprodutivo se as fêmeas cruzassem preferencialmente com os machos que possuíssem estruturas mais proeminentes, as quais seriam transmitidas aos seus descendentes. Essa ideia também foi empregada para explicar a existência do dimorfismo sexual, as diferenças físicas entre machos e fêmeas da mesma espécie.
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Aplicação da teoria da evolução por seleção natural no ser humano: em 1871, Darwin publicou o livro A descendência do homem e seleção em relação ao sexo, no qual inseriu, explicitamente, o ser humano no restante do mundo animal. No livro, Darwin afirma que a espécie humana teria surgido de outra espécie e, portanto, não seria obra direta de uma criação. Isso abalou a sociedade da época, e Darwin foi alvo de diversas críticas. Na busca por apoiadores, ele chegou a contactar Wallace, que não concordou com a extensão da teoria da seleção natural à espécie humana.
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Origem da variação: na época em que Darwin e Wallace propuseram a seleção natural, os mecanismos envolvidos na transmissão hereditária, bem como a natureza do material hereditário (DNA), não eram conhecidos. A seleção natural não oferecia respostas para essas questões, sendo incapaz de explicar a origem da variação por esse mecanismo.
Devido a isso, Darwin enfrentou críticas duras à sua teoria, e, sob a pressão por respostas, ele apresentou a hipótese das pangeneses. Segundo essa ideia, no momento da reprodução, unidades de todas as partes do corpo, chamadas pangeneses, migrariam para as células sexuais e seriam transmitidas aos descendentes. Contudo, a hipótese não estava fundamentada em experimentos que comprovassem a existência das pangeneses e foi descartada ao longo dos anos.
Veja também: Especiação — o processo que leva ao surgimento de uma nova espécie
Darwinismo social
Ao longo dos anos, foram feitas extrapolações equivocadas e distorcidas das ideias de Darwin sobre evolução e seleção natural em um movimento conhecido como darwinismo social. Os defensores do darwinismo social utilizavam, erroneamente, os princípios da seleção natural para justificar desigualdades sociais, políticas e econômicas. Segundo eles, assim como na natureza, onde apenas os mais aptos sobrevivem, na sociedade, a competição resultaria em progresso e os mais “aptos” ou “superiores” prosperariam.
Apesar de levar o nome de Charles Darwin, o darwinismo social não reflete as intenções originais das ideias de Darwin, que não defendia aplicações sociais simplistas de seus princípios na sociedade humana e não fez menção alguma a essa hipótese em seus livros. Atualmente, o darwinismo social é amplamente criticado por sua falta de base científica sólida e por seu uso para justificar práticas discriminatórias.
Exercícios resolvidos sobre teoria da evolução
Questão 1
(Enem) Desde a proposição da teoria de seleção natural por Darwin, os seres vivos nunca mais foram olhados da mesma forma. No que diz respeito à reprodução de anfíbios anuros, os cientistas já descreveram diferentes padrões reprodutivos, como os exemplificados a seguir:
Espécie 1 – As fêmeas produzem cerca de 5000 gametas, que são fecundados na água, em lagoas temporárias de estação chuvosa. Todo o desenvolvimento embrionário, do ovo à metamorfose, ocorre, nesse ambiente, independente dos pais.
Espécie 2 – As fêmeas produzem aproximadamente 200 gametas, que são depositados em poças próximas a corpos d’água. Os embriões são vigiados pelos machos durante boa parte do seu desenvolvimento.
Espécie 3 – As fêmeas produzem por volta de 20 gametas, que são fecundados sobre a superfície das folhas de plantas cujos galhos estão dispostos acima da superfície de corpos d’água e aí se desenvolvem até a eclosão.
Espécie 4 – As fêmeas produzem poucos gametas que, quando fecundados, são “abocanhados” pelos machos. Os embriões se desenvolvem no interior do saco vocal do macho até a metamorfose, quando saem através da boca do pai.
Os padrões descritos evidenciam que
A) as fêmeas influenciam o comportamento dos machos.
B) o cuidado parental é necessário para o desenvolvimento.
C) o grau de evolução determina o comportamento reprodutivo.
D) o sucesso reprodutivo pode ser garantido por estratégias diferentes.
E) o ambiente induz modificação na produção do número de gametas femininos.
Resolução:
Alternativa D
As diferentes estratégias reprodutivas das espécies contribuem para a sobrevivência da prole no meio, garantindo o sucesso reprodutivo da espécie.
Questão 2
(Unesp) Na natureza, a grande maioria dos gafanhotos é verde. No entanto, uma mutação genética incomum e pouco conhecida, chamada eritrismo, provoca alteração na produção de pigmentos, o que resulta em gafanhotos cor-de-rosa. Descobertos em 1887, esses gafanhotos raramente são encontrados.
Os gafanhotos cor-de-rosa são raros porque
A) a mutação reduz a variabilidade genética na população de gafanhotos, prejudicando a seleção natural de indivíduos cor-de-rosa.
B) concorrem por alimento com os gafanhotos verdes, que são mais eficientes por terem a mesma coloração das folhagens.
C) destacam-se visualmente e são facilmente encontrados e predados, enquanto os gafanhotos verdes se camuflam na natureza.
D) os gafanhotos verdes são mais numerosos na natureza e, portanto, se reproduzem e deixam muito mais descendentes.
E) são muito menos evoluídos que os gafanhotos verdes e por isso sobrevivem por pouco tempo na natureza.
Resolução:
Alternativa C
Os gafanhotos cor-de-rosa são raros porque, ao se destacarem em um meio geralmente composto por plantas de coloração verde, se tornam mais vulneráveis à predação.
Questão 3
(Unifesp) Considere as seguintes proposições:
I. Os mais fortes sobrevivem independentemente da situação e do ambiente.
II. A seleção natural visa ao aperfeiçoamento da espécie e sua adaptação ao meio.
III. Não é possível compreender adaptação desvinculada de informações sobre o ambiente e a descendência.
Segundo os princípios do darwinismo e da teoria sintética da evolução, está correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e II, apenas.
E) I, II e III.
Resolução:
Alternativa C
I. Os mais fortes sobrevivem independentemente da situação e do ambiente. (falso)
Os indivíduos com as características mais bem adaptadas ao ambiente têm maior probabilidade de sobrevivência.
II. A seleção natural visa ao aperfeiçoamento da espécie e sua adaptação ao meio. (falso)
A seleção natural não tem o intuito de aperfeiçoar ou melhorar uma espécie. Ela age sobre a diversidade fenotípica.
III. Não é possível compreender adaptação desvinculada de informações sobre o ambiente e a descendência. (verdadeiro)
Fontes
ALMEIDA, N. F. & FEIJÓ, J. 2011. A Evolução de Darwin – 100 perguntas, 100 respostas. Sociedade Espanhola de Biologia Evolutiva. Disponível em: http://www.esalq.usp.br/lepse/imgs/conteudo_thumb/A-Evolu--o-de-Darwin.pdf.
DARWIN, C. 2018. A Origem das Espécies. Tradução: Miranda, D.M. São Paulo: Edipro. 480 p.
FUTUYMA, D. J. 2002. Evolução, Ciência e Sociedade. São Paulo: Sociedade Brasileira de Genética.
SENE, F. M. 2009. Cada caso, um caso... Puro acaso: Os processos de evolução biológica dos seres vivos. 2 ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética. 252 p.