As plantas epífitas vivem, ao menos em um estágio de sua vida, sobre outras espécies de plantas, utilizando-as como suporte para que possam ter maior acesso à luminosidade e realizar a fotossíntese. A diferença entre as plantas epífitas e as parasitas está no fato de que as epífitas não retiram nutrientes da planta à qual está associada.
As epífitas absorvem a água da chuva e retiram os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento das fezes de animais, insetos mortos, entre outros. Essa relação entre epífitas e a planta que lhes dá suporte (forófito) é chamada por alguns autores de inquilinismo, embora muitos considerem o inquilinismo como um tipo de comensalismo.
As epífitas são bastante comuns em regiões de matas, pois as copas das árvores impedem a passagem da luz solar, prejudicando as plantas de pequeno porte. As epífitas encontram nas árvores o micro-habitat ideal para seu estabelecimento, como fissuras nos troncos e depressões, onde ocorre acúmulo de matéria orgânica, o que permite que essas plantas se fixem e assim possam obter nutrientes, alcançar maiores altitudes e maior disponibilidade de luz solar, essencial para seu desenvolvimento. Algumas adaptações, no entanto, são importantes para o estabelecimento dessas plantas sobre outros indivíduos, como:
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A presença de tricomas foliares, que auxiliam na absorção de água e nutrientes;
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A epiderme da raiz com várias camadas, sendo denominada de velâmen. Em muitas espécies, o velâmen é o único tecido fotossintetizante e atua também fornecendo proteção mecânica ao córtex, além de auxiliar na absorção de água e nutrientes, entre outras funções;
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Algumas espécies apresentam folhas na forma de rosetas, formando tanques onde acumulam água e matéria orgânica, que são absorvidas pelos seus tricomas.
Nas florestas tropicais, as epífitas correspondem a cerca de 30% das plantas vasculares. Em florestas temperadas, apresentam uma abundância bem menor, sendo praticamente inexistentes em regiões com temperaturas muito baixas. As bromélias, orquídeas e samambaias são as representantes mais conhecidas.
Por Ma. Helivania Sardinha dos Santos