Isolamento vertical e horizontal são formas de distanciamento social que buscam reduzir a circulação de pessoas e, assim, conter a disseminação de determinada doença. No isolamento vertical, apenas os grupos mais vulneráveis à doença são isolados. Já no isolamento horizontal, há uma maior restrição da circulação de pessoas, ocorrendo o fechamento de escolas, por exemplo. Embora existam defensores do isolamento vertical, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o isolamento horizontal é o ideal para se prevenir a disseminação de uma doença.
Em 2020, diante da pandemia de COVID-19, essas duas formas de isolamento geraram diversos debates, pois a doença, que apresenta alta transmissibilidade, possui uma mortalidade maior em determinados grupos, como idosos e indivíduos com problemas de saúde como diabetes e problemas cardíacos. Assim, enquanto a OMS defendia o isolamento horizontal, alguns grupos, preocupados principalmente com a economia, defendiam o isolamento vertical.
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Isolamento vertical
O isolamento vertical é uma forma de distanciamento social em que é impedida a circulação de pessoas pertencentes a um grupo de risco de determinada doença. Assim, indivíduos que podem, por exemplo, desenvolver a forma mais grave de uma doença são isolados, a fim de se impedir o contágio. Já os indivíduos menos vulneráveis continuam a realizar normalmente suas atividades.
Esse tipo de isolamento é bastante defendido por grupos que acreditam que restringir a circulação de indivíduos menos vulneráveis pode afetar, por exemplo, a economia de uma região, pois diversas atividades são paralisadas. No entanto, nem sempre se consegue isolar um indivíduo pertencente a um grupo de risco, de forma que ele não entre em contato, por exemplo, com seus familiares que podem continuar suas atividades. Esse é o caso de muitos idosos que vivem com filhos e netos. Ao saírem para trabalhar ou estudar, os familiares podem ser contaminados e, consequentemente, contaminar o idoso.
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Isolamento horizontal
O isolamento horizontal é uma forma de distanciamento social na qual ocorre a restrição de circulação do maior número de pessoas possível. Diversas atividades são paralisadas, ocorrendo, por exemplo, o fechamento de escolas e diversos comércios, permanecendo apenas os serviços essenciais, como hospitais, farmácias e supermercados. Esse tipo de isolamento busca frear de forma mais severa a transmissão de uma doença.
Essa forma de isolamento é bastante criticada por setores que alegam que a economia pode ser fortemente afetada, pois indivíduos que podem apresentar a forma leve da infecção estão sem trabalhar. No entanto, a OMS e diversos setores da saúde acreditam que esse tipo de distanciamento social é o ideal para o combate a uma doença, pois esse indivíduo que não pertence a um grupo de risco atua como um vetor, podendo transmitir, portanto, a doença a uma pessoa mais vulnerável.
Diante de pandemias, como a COVID-19, a maior preocupação é o grande aumento do número de casos, o que poderia desencadear o colapso dos sistemas de saúde. Alguns países, como a Coreia do Sul, tentaram o isolamento vertical e tiveram sucesso. No país sul-coreano, o diagnóstico da doença era feito de forma rápida e o paciente era isolado e monitorado, com isso, a disseminação do vírus foi controlada.
No entanto, essa não é a realidade de grande parte dos países. O Reino Unido, que inicialmente adotou o isolamento vertical, diante da possibilidade de colapso do seu sistema de saúde, teve que optar pela suspensão de diversas atividades.
Assim, como forma de evitar um grande aumento no número de casos e o colapso dos sistemas de saúde, além de um grande número de mortes, como tem sido observado em alguns países, como a Itália, a OMS recomenda o isolamento horizontal como melhor forma de se combater a disseminação do vírus causador da COVID-19.