Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central. Ela apresenta causas genéticas e não tem cura.
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A esclerose múltipla é uma doença de causa autoimune que afeta o sistema nervoso central. Acredita-se que o surgimento dessa doença esteja relacionado a causas genéticas e influências ambientais.

Geralmente ela afeta adultos entre 18 e 55 anos de idade, sendo uma das principais causas não traumática, de incapacitação em jovens adultos. Apresenta quatro formas de evolução clínica, e seu tratamento é recomendado apenas para duas dessas formas, não apresentando evidências de eficácia para as demais.

O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central e caracteriza-se pela desmielinização e degeneração do axônio.
A esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central e caracteriza-se pela desmielinização e degeneração do axônio.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune (o sistema imunológico ataca o próprio organismo), neurodegenerativa (afeta os neurônios, causando sua degeneração) e incapacitante (os problemas desencadeados pela doença impossibilitam o paciente de realizar diversas atividades).

Essa doença é caracterizada por perda de mielina (desmielinização) e degeneração do axônio (prolongamento dos neurônios através do qual são transmitidos os impulsos nervosos). A mielina é uma substância que envolve os axônios e permite que o impulso nervoso os percorra. A desmielinização gera um processo inflamatório que desencadeia a formação de cicatrizes, no entanto, embora essa cicatrização cure a inflamação, essa região não recupera a sua função original.

O processo de desmielinização interfere na transmissão dos impulsos nervosos, produzindo os sintomas da esclerose múltipla. Ao longo do tempo, diferentes áreas do sistema nervoso central podem ser afetadas, o que pode levar à incapacitação do indivíduo.

Acesse também: Neurônios – as células responsáveis pelos impulsos nervosos

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Sintomas da esclerose múltipla

Os sintomas da esclerose múltipla estão diretamente relacionados à região do sistema nervosos central afetada. O quadro clínico manifesta-se, na maior parte das vezes, por surtos, que são períodos nos quais os sintomas surgem de forma mais acentuada. Os surtos podem durar dias ou até semanas. Após a ocorrência de um surto, ele pode entrar em remissão, período em que a doença encontra-se controlada.

A esclerose múltipla pode causar dificuldade motora no indivíduo.
A esclerose múltipla pode causar dificuldade motora no indivíduo.

Os sintomas são diversos e podem aparecer de forma branda ou mais severa. São sintomas da esclerose múltipla:

  • Fraqueza;

  • Depressão;

  • Ansiedade;

  • Irritabilidade;

  • Alterações de coordenação e equilíbrio;

  • Dificuldades motoras;

  • Alterações na fala;

  • Alterações na visão;

  • Disfunções esfincterianas;

  • Disfunções cognitivo-comportamentais, entre outros.

Causas da esclerose múltipla

Acredita-se que o surgimento dessa doença envolva fatores genéticos e a interação com componentes ambientais, ou seja, pessoas que apresentam predisposição genética para essa doença, em contato com determinados fatores ambientais, podem desenvolvê-la. São exemplos de fatores ambientais: algumas infecções, como pelo vírus Epstein-Barr, estresse, tabagismo e deficit de vitamina D.

Leia mais: Raquitismo – outra doença que pode ser causada pelo déficit de vitamina D

Classificação da esclerose múltipla

A esclerose múltipla pode ser classificada de quatro formas, segundo a sua evolução clínica:

  • Surto recorrente ou remitente recorrente: essa é a forma mais comum da doença e caracteriza-se por episódios agudos de surto, que podem durar dias, seguidos de um período de recuperação.

  • Progressiva primária: essa forma não apresenta surtos, mas uma alteração gradual e progressiva dos sinais neurológicos, que vão se acumulando com o tempo. Cerca de 15% dos casos no início do quadro clínico apresentam essa forma de esclerose múltipla.

  • Progressiva secundária: quando a forma progressiva primária ocorre após surtos, é denominada de progressiva secundária. Essa forma é uma evolução natural da forma surto recorrente em cerca de 50% dos casos e cerca de 10 anos após o diagnóstico.

  • Progressiva recidivante: representa uma pequena porcentagem dos casos. A doença apresenta uma progressão desde o início, no entanto, apresenta fases sem sintomas.

Diagnóstico da esclerose múltipla

O diagnóstico da esclerose múltipla é realizado por um médico neurologista por meio da avaliação clínica do paciente, com a observação dos sinais e sintomas, além da realização de exames de imagem, como a ressonância magnética, bem como exames laboratoriais. Muitos exames são solicitados como forma de excluir a possibilidade de outras doenças.

Prevenção e tratamento da esclerose múltipla

A esclerose múltipla não apresenta cura. O tratamento dessa doença consiste na busca da redução dos processos inflamatórios e surtos no paciente, sendo mais indicado para as formas surto recorrente ou remitente recorrente e progressiva secundária, pois não apresenta eficácia evidente nas demais formas. O tratamento pode ser realizado por meio de medicação, principalmente com uso de corticoides, e terapias.

A esclerose múltipla também não tem como ser prevenida, no entanto, sabe-se que alguns fatores ambientais podem estar associados ao desenvolvimento da doença em pessoas suscetíveis, devido ao fator genético. Assim, embora não tenha uma forma específica de prevenção dessa doença, bons hábitos de saúde podem ser significativos nesse processo, como manter uma boa alimentação, não fumar, fazer atividade física e aumentar os níveis de vitamina D.