A tricomoníase é uma doença causada pelo Trichomonas vaginalis, um protozoário que foi descrito pela primeira vez em 1836. Esse protozoário flagelado anaeróbio é transmitido via relação sexual com pessoa contaminada e infecta o epitélio do trato genital. Ele é o principal causador de vulvovaginite em mulheres.
Esse protozoário possui quatro flagelos e uma membrana ondulante que facilitam a sua movimentação. Possui forma ovalada e seu tamanho é de aproximadamente 15 µm. O T. vaginalis não possui mitocôndrias.
Frequentemente, em mulheres, a infecção é assintomática. Quando ocorre o aparecimento de sintomas, envolve um corrimento vaginal abundante claro ou de aspecto purulento, espumoso e com odor. O corrimento é associado à irritação da vulva e inflamação. Em alguns casos, pode ocasionar dor pélvica e dificuldade para urinar.
Pode ocorrer, além da secreção, edema na região da vagina e no colo do útero, além de pontos hemorrágicos. É comum que haja o acometimento do trato genital superior, lesionando o epitélio da mucosa da tuba uterina e, em alguns casos, causando a infertilidade. Durante a gravidez, a infecção pode levar a diversas complicações. Já foram relatados casos de partos prematuros, morte neonatal e feto natimorto.
No homem, a infecção por Trichomonas vaginalis é, na maioria das vezes, assintomática. Entretanto, sintomas como uretrite não gonocócica e fisgada na uretra podem aparecer. Podem surgir ainda a prostatite, epididimite, além de infertilidade.
Um fato interessante a respeito da infecção é que, após uma relação sexual com uma mulher contaminada, o Trichomonas pode viver por mais de uma semana na região do prepúcio do homem.
O diagnóstico é frequentemente feito por meio do exame Papanicolau, uma vez que apenas o exame ginecológico não é suficiente para detectar a doença. Entretanto, o método mais indicado é a visualização a fresco, em que uma gota de secreção é colocada em uma lâmina, juntamente ao cloreto de sódio, que é visualizada em microscópio. Nesse método, é possível verificar a movimentação do protozoário.
O tratamento normalmente é feito com medicamentos. Os mais utilizados são o metronidazol, secnidazol e tinidazol. É importante tratar também o parceiro para que não haja uma nova contaminação. Vale destacar que a abstinência sexual nesse período deve ser realizada.
Em caso de gravidez, o tratamento pode ser feito, entretanto, não se sabe ao certo os riscos de alguns medicamentos para o bebê. Nesse caso, devem ser discutidos os pontos positivos e negativos de cada tipo de tratamento. Vale destacar que, se não tratada, a tricomoníase pode causar infecções respiratórias no recém-nascido.
Alguns pesquisadores acreditam que essa infecção pode causar uma predisposição a adquirir o HIV. Portanto, seu tratamento e prevenção são altamente importantes.
Por ser uma doença sexualmente transmissível, sua prevenção deve ser realizada por meio da utilização de preservativos em todas as relações sexuais. O preservativo, além de proteger contra a tricomoníase, protege contra outras DSTs, inclusive a AIDS. Lembre-se também de que um número muito grande de parceiros sexuais aumenta os riscos de se contrair uma doença sexualmente transmissível.
Por Ma. Vanessa dos Santos