Os diferentes padrões de coloração animal, sem dúvida nenhuma, impressionam todas as pessoas. Além de garantirem beleza às espécies, eles estão relacionados também com aspectos como a defesa. O mimetismo, por exemplo, é quando um animal imita o padrão de coloração ou o comportamento de outro organismo como uma forma de proteção.
Um dos exemplos mais clássicos de mimetismo ocorre entre a coral-verdadeira e a falsa-coral. A coloração das duas espécies é bastante semelhante, entretanto, apenas a coral-verdadeira é peçonhenta. Observe que, nesse caso, a falsa-coral “imita” a outra espécie a fim de causar medo em seus pedradores. Essa característica, oriunda do processo de seleção natural, trouxe grandes benefícios à espécie que teve seu padrão passado de geração a geração.
No exemplo citado, percebe-se que uma espécie inofensiva apresenta características de uma espécie que é relativamente perigosa. Sendo assim, um ser vivo que possui uma espécie de defesa natural foi copiado por outro que não possui tal defesa. Quando isso acontece, estamos falando de um mimetismo batesiano, um tipo de mimetismo que foi proposto no século XIX pelo naturalista Henry Walter Bates. No mimetismo batesiano, o predador é enganado, pois acredita estar diante de uma presa indesejável.
Algumas vezes, o mimetismo também ocorre em espécies em que ambas possuem defesas. Esse é o caso das várias espécies de corais-verdadeiras, que apresentam padrões de coloração bem semelhantes e todas são peçonhentas. Quando o ser vivo imita um padrão de outro organismo que também é perigoso, dizemos que o mimetismo é mülleriano. Esse tipo de mimetismo foi proposto pelo naturalista Fritz Müller, em 1864, e geralmente ocorre em espécies próximas e que sofreram com as mesmas pressões seletivas do meio.
A borboleta-monarca possui sabor desagradável e é imitada pela borboleta vice-rei
Vale destacar que a dificuldade em descobrir se um ser vivo é ou não é palatável complica a diferenciação entre mimetismo batesiano e mülleriano. Apesar de ter sido considerado por muitos anos como mimetismo batesiano, o caso da borboleta-monarca e da vice-rei, por exemplo, está sendo discutido. Pesquisas recentes revelaram que a borboleta vice-rei imita a borboleta-monarca, porém ela também possui sabor desagradável, o que as torna exemplos de mimetismo mülleriano.
Muitas pessoas confundem mimetismo com camuflagem, entretanto, nessa última forma de defesa, o animal não apresenta semelhanças com outro ser vivo. Na camuflagem, o animal assemelha-se muito com o ambiente em que vive, dificultando a sua localização pelos predadores. O bicho-folha, por exemplo, é um animal que apresenta essa forma de defesa. Sua cor e forma fazem com que os predadores confundam-no com os vegetais.
Por Ma. Vanessa dos Santos