No dia da ovulação, a mulher libera de seu ovário um ovócito secundário, que é chamado popularmente de óvulo. Esse ovócito inicia uma migração em direção ao útero que demora cerca de oito dias para ser completada. O ovócito locomove-se graças às contrações da tuba uterina, uma vez que essa célula não é dotada de estruturas locomotoras.
A fecundação, momento em que um ovócito secundário é penetrado por um espermatozoide, ocorre geralmente nas tubas uterinas, na sua porção distal. Diferentemente do óvulo, os espermatozoides chegam até esse local através de estruturas locomotoras, os chamados flagelos. Em média, após a ejaculação na vagina feminina, o espermatozoide demora cerca de cinco minutos para atingir as tubas.
Para penetrar no ovócito, o espermatozoide tem que passar pela corona radiada, zona pelúcida e membrana plasmática dessa célula. A corona radiada é formada por células que faziam parte do folículo ovariano, enquanto a zona pelúcida é um material gelatinoso (glicoproteínas) que circunda o ovócito e não é formada por células.
Ao encontrar um ovócito secundário, os espermatozoides liberam enzimas chamadas de acrossomiais que ajudam na penetração desse gameta pela corona radiada. Também são lançadas enzimas proteolíticas que atuam na perfuração da zona pelúcida. Isso ocorre porque a glicoproteína ZP3, presente no envoltório do ovócito, liga-se ao espermatozoide e faz com que seu acrossomo libere essas enzimas.
Observe atentamente o esquema simplificado da fecundação
Assim que o espermatozoide consegue entrar no interior do ovócito, sua cauda e mitocôndrias são destruídas e o material genético desse gameta forma o pronúcleo masculino. Nesse momento, a membrana plasmática do ovócito sofre modificações que impedem a penetração de outros espermatozoides. Esse fato ocorre graças ao chamados grânulos corticais, que liberam seu conteúdo na membrana, formando a chamada membrana de fecundação.
O ovócito também termina a sua divisão meiótica após a penetração do espermatozoide, e é liberado o segundo glóbulo polar. É formado também o núcleo do ovócito, que é chamado de pronúcleo feminino.
Os pronúcleo masculino e feminino aproximam-se até que fiquem bastante unidos. Os cromossomos paternos e maternos são liberados no citoplasma e inicia-se a separação das cromátides e a realização da mitose. Após esse processo de divisão, as células formadas apresentam 46 cromossomos, restabelecendo, assim, o número de cromossomos da espécie. A partir daí, inicia-se o desenvolvimento embrionário.
Por Me. Vanessa dos Santos