Alguns métodos contraceptivos são chamados de comportamentais ou naturais, pois não envolvem a ingestão de medicamentos ou uso de algum material que impeça a passagem dos espermatozoides. Esses métodos caracterizam-se por mudanças na rotina sexual, que, muitas vezes, é baseada na abstinência em alguns períodos do ciclo.
Um dos métodos comportamentais bastante adotados pelas mulheres é o método do muco cervical, também chamado de método de Billings. Nele, a mulher determina o dia da ovulação observando uma secreção produzida no colo do útero. Para utilizar o método, é fundamental que a mulher conheça bem seu corpo e observe atentamente as mudanças que ocorrem durante seu ciclo menstrual.
Após a menstruação, a mulher fica sem produzir secreção por um período que se estende por três ou quatro dias. Após esse período, inicia-se a liberação de uma secreção esbranquiçada (ou amarelada) e pegajosa que se quebra se for esticada entre os dedos. Com o passar dos dias, ela torna-se mais elástica e fluida, sendo possível esticá-la. Nesse período, esse muco assemelha-se a uma clara de ovo, e a mulher sente sua vagina mais úmida. Esse é o sinal da ovulação.
A consistência fluida do muco está relacionada com o ápice da produção de estrógeno, não sendo recomendadas relações sexuais nesse período. Para evitar qualquer erro de avaliação, o correto é evitar qualquer relação assim que se inicie a liberação do muco, mesmo que ele ainda não esteja fluido.
O método é bastante simples e depende apenas de a mulher conhecer perfeitamente seu corpo, uma vez que a interpretação incorreta dos sinais pode fazer com que o método apresente falhas. Além disso, a presença de corrimentos pode dificultar a identificação do período no qual a mulher se encontra, não sendo indicado, portanto, nesses casos. Se usado de forma adequada, a sua eficácia pode chegar até 85%.
O método do muco cervical é uma boa técnica para mulheres que não se sentem à vontade com métodos de barreira e/ou apresentam alguma restrição ao método hormonal. Além disso, apresenta como grandes vantagens a ausência de efeitos colaterais e de contraindicações. Vale destacar, no entanto, que esse método não oferece proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.
É importante destacar que os métodos contraceptivos devem ser avaliados com cada paciente. A dificuldade de uso e até mesmo o valor do método são fatores que estão diretamente relacionados com o uso incorreto e, consequentemente, com o aumento da sua falha. A paciente deve sentir-se bem com o método escolhido, assim como o seu parceiro.
ATENÇÃO: Converse abertamente com seu ginecologista e com seu parceiro antes de escolher qualquer método contraceptivo.