O etileno, um hormônio vegetal (fitormônio) gasoso e incolor, é produzido por diversos órgãos vegetais e distribuído pela planta por difusão a partir do local onde é produzido. Pode ser produzido como resposta a fatores de estresse, como a seca, bem como durante o amadurecimento de frutos.
→ Função do etileno
Alguns efeitos atribuídos à auxina podem estar, na verdade, relacionados com o aumento da produção do etileno. No entanto, as suas principais ações estão relacionadas com o amadurecimento de frutos e abscisão de folhas de árvores decíduas (que perdem a folhagem em determinado período do ano).
Amadurecimento de frutos
O aumento da produção de etileno desencadeia o processo de amadurecimento de frutos, que se inicia com a digestão enzimática da pectina, um dos principais componentes da parede celular, amolecendo o fruto. Nesse período, ocorre também a conversão de grãos de amido e ácidos orgânicos em açúcares, tornando os frutos doces e palatáveis.
Quanto mais maduras estiverem as células de um fruto, maior será a produção de etileno, o que causa o amadurecimento dos frutos ao redor.
Abscisão de folhas
O aumento da temperatura e o encurtamento dos dias durante o outono levam ao aumento da produção do etileno e diminuição da concentração de auxina. Assim, as células da camada de abscisão – camada de células parenquimáticas que se desenvolve na base do pecíolo –, sensíveis ao etileno, produzem enzimas que digerem a celulose e outros componentes das paredes celulares, tornando essa camada enfraquecida. Assim, o próprio peso das folhas ou a ação do vento causam a separação dentro da camada e a queda da folha.
A mudança na coloração das folhas nessa época do ano deve-se à decomposição da clorofila e à síntese de carotenoides e antocianinas. A perda das folhas no outono por parte das plantas decíduas é uma preparação para o inverno, quando a disponibilidade de água para a planta é menor.
Curiosidade: O etileno tem grande valor econômico, pois pode ser utilizado para induzir o amadurecimento de frutos mesmo após a colheita. Com o avanço da engenharia genética, formas mutantes do gene do receptor do etileno em algumas espécies vêm sendo utilizadas para retardar a senescência (envelhecimento dos tecidos do organismo) ou o murchamento de flores.
Por Ma. Helivania Sardinha dos Santos
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/botanica/etileno.htm