As células apresentam em sua face externa um envoltório denominado de membrana plasmática ou plasmalema. Externamente à membrana plasmática, podemos destacar um conjunto de cadeias de carboidratos aderidos às proteínas (glicoproteínas) ou aos lipídios (glicolipídios) da membrana, ao qual denominamos glicocálix ou glicocálice (glico = glicídios; calyx =invólucro). Todas as células eucariontes apresentam glicocálix, que variam entre elas e apresentam diversas funções.
Os grupos sanguíneos do sistema ABO, por exemplo, são determinados por diferentes tipos de glicídios ligados à membrana das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue ou eritrócitos). Já em células do tecido epitelial, há uma deposição de glicoproteínas na membrana, o que aumenta a sua espessura e torna-a visível ao microscópio óptico.
→ Funções do glicocálix
O glicocálix apresenta diversas funções:
Proteção contra danos físicos e químicos;
Reconhecimento e adesão celular: o glicocálix participa do reconhecimento de uma célula por outra, distinguindo-a de outros tipos celulares, e promove a união entre elas. Além disso, ele apresenta grande importância nos processos de transplante e enxertos, pois a rejeição ocorre por causa da atividade do glicocálix de linfócitos. Esses tipos de glicocálix identificam as células do órgão ou tecido transplantado como estranhas, permitindo, assim, a atuação dos linfócitos, que as invadem e destroem;
Inibição por contato: quando ocorre o contato entre o glicocálix de duas células, há a paralisação da divisão celular. Isso não acontece no caso de células cancerosas, pois elas podem apresentar modificações no glicocálix e, por isso, não cessam a divisão celular;
Troca de informações entre as células: isso pode ser verificado, por exemplo, no processo de ligação dos hormônios a proteínas específicas, desencadeando diversos processos na célula, como secreção de substâncias.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biologia-celular/glicocalix.htm