Embolia pulmonar é um problema sério, responsável por várias mortes em hospitais do Brasil e do mundo. Ocorre em decorrência da obstrução da artéria pulmonar ou de um de seus ramos. Também chamada de tromboembolismo pulmonar, a embolia pulmonar apresenta como alguns de seus fatores de risco idade elevada, viagens a longa distância, imobilização e pós-operatório.
A embolia pulmonar é ocasionada pela obstrução da artéria pulmonar ou de algum de seus ramos. Normalmente, a obstrução é desencadeada pela presença de um ou mais coágulos de sangue que se formaram no sistema venoso profundo dos membros inferiores. Ao se instalarem na artéria pulmonar ou em seus ramos, os coágulos diminuem ou causam a interrupção do fluxo sanguíneo para aquela área.
A embolia pulmonar pode evoluir para um quadro conhecido como hipertensão pulmonar, caracterizada pelo aumento anormal da pressão da artéria pulmonar. Essa elevação da pressão arterial leva a uma sobrecarga do ventrículo direito do coração, desencadeando o comprometimento da função dessa parte do coração. Esse quadro pode levar o paciente à morte.
A embolia pulmonar apresenta letalidade de aproximadamente 30% quando não tratada adequadamente. Ela é responsável por provocar uma diminuição das trocas gasosas e uma consequente redução dos níveis de oxigênio no corpo, desencadeando uma sobrecarga no coração. Esse quadro pode levar o paciente à morte.
Diante disso, são extremamente necessários um diagnóstico rápido e um tratamento eficaz assim que o problema for identificado. A embolia pulmonar é considerada a terceira causa de morte por problemas cardiovasculares, ficando atrás somente do infarto do miocárdio e do acidente vascular encefálico.
Na embolia pulmonar, coágulos causam bloqueio da artéria pulmonar ou de seus ramos, impedindo a troca gasosa.
Os sintomas da embolia pulmonar estão diretamente relacionados com o local onde o coágulo alojou-se, com o tamanho desse coágulo e com a saúde do paciente que apresenta o problema. Os sintomas da embolia pulmonar não são específicos, o que pode dificultar um diagnóstico rápido.
Alguns dos sintomas da embolia pulmonar são:
Dispneia (dificuldade respiratória);
Tosse;
Taquipneia (aumento do ritmo respiratório);
Dor torácica;
Hemoptise (expectoração de sangue);
Síncope (perda temporária da consciência);
Taquicardia (aumento da frequência cardíaca);
Febre;
Cianose (coloração azul arroxeada da pele e mucosas);
Hipotensão arterial (pressão baixa).
Os sintomas descritos acima podem aparecer em conjunto ou de forma isolada no paciente. De acordo com a Diretriz de Embolia Pulmonar da Sociedade Brasileira de Cardiologia, nas embolias pequenas, é comum dor torácica, dor pleurítica, dispneia, taquipneia, tosse, hemoptise, taquicardia, febre, cianose. Já nas embolias grandes, observam-se síncope, hipotensão arterial, choque, taquicardia, dispneia e cianose.
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Conhecer os fatores de risco para embolia pulmonar é essencial para facilitar um diagnóstico e para realizar procedimentos que evitem o desenvolvimento desse problema. De acordo com a Diretriz de Embolia Pulmonar da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os principais fatores de risco para embolia pulmonar são:
Trauma não cirúrgico e cirúrgico;
Idade maior que 40 anos;
Tromboembolismo venoso prévio;
Imobilização;
Doença maligna (câncer);
Insuficiência cardíaca;
Infarto do miocárdio;
Paralisia de membros inferiores;
Obesidade;
Veias varicosas;
Estrogênio;
Parto;
Doença pulmonar obstrutiva crônica.
O parto e as cirurgias são fatores de risco para o desenvolvimento da embolia pulmonar.
Outro fator não citado e que merece destaque são as viagens aéreas. Viagens de longa distância estão fortemente associadas a um maior risco de desenvolvimento de embolia pulmonar. Portanto, é fundamental adotar medidas que evitem esse problema. Entre as formas de prevenção, estão o uso de meias elásticas e a movimentação das pernas durante o voo.
Em caso de suspeita de embolismo pulmonar, é necessário aplicar o Escore de Wells para classificar o paciente como baixa, moderada ou alta probabilidade de desenvolver o problema. Essa estimativa é importante para que se realizem medidas preventivas.
Veja abaixo as tabelas da Diretriz de Embolia Pulmonar da Sociedade Brasileira de Cardiologia para interpretação do risco de acordo com o Escore de Wells:
Escore de Wells |
|
Critérios |
Pontos |
Suspeita de tromboembolismo venoso |
3,0 pontos |
Alternativa menos provável que embolia pulmonar |
3,0 pontos |
Frequência cardíaca > 100 bpm |
1,5 ponto |
Imobilização ou cirurgia nas 4 semanas anteriores |
1,5 ponto |
Tromboembolismo venoso ou embolia pulmonar prévia |
1,5 ponto |
Hemoptise (expectoração de sangue proveniente dos pulmões) |
1,0 ponto |
Malignidade (câncer) |
1,0 ponto |
Escore |
Probabilidade de embolia pulmonar % |
Interpretação do risco |
0-2 pontos |
3,6 |
Baixa |
3-6 pontos |
20,5 |
Moderada |
> 6 pontos |
66,7 |
Alta |
Pessoas submetidas a cirurgias apresentam um risco aumentado de desenvolverem embolia pulmonar. Esse risco é maior em pacientes ortopédicos, merecendo destaque, principalmente, aqueles pacientes que realizaram cirurgia no quadril ou no joelho.
Como a trombose venosa profunda é uma das causas de embolia pulmonar, no momento pós-operatório, os médicos podem recomendar algumas medidas a fim de evitar o desenvolvimento da trombose e, consequentemente, reduzir as chances de desenvolver embolia pulmonar. Entre as principais recomendações estão uso de meias elásticas, que visam a facilitar a circulação sanguínea, realização de alguns movimentos simples para pés e pernas, caminhadas logo após a liberação médica e uso de medicamentos anticoagulantes.
Dificuldade respiratória é um sintoma que pode ser usado como critério para diagnosticar a embolia pulmonar.
Os sintomas da embolia pulmonar são pouco específicos, sendo assim, nem sempre é fácil identificar o problema. Para diagnosticar um caso de embolia pulmonar, é necessário analisar os sinais, sintomas e alguns exames. Entre os exames que devem ser pedidos ao paciente, destacam-se: eletrocardiograma, radiografia do tórax, gasometria arterial, d-dímero, angiotomografia, angiorressonância e arteriografia pulmonar.
O tratamento adequado dos quadros de embolia pulmonar reduz significativamente os casos de morte em decorrência desse problema. Assim que houver uma suspeita do problema, deve-se começar o tratamento, o qual tem por finalidade, inicialmente, estabilizar o quadro do paciente, garantindo a oxigenação adequada. Se houver falência respiratória, será necessário realizar ventilação mecânica.
O médico deverá analisar o quadro do paciente e verificar se é realmente benéfico o uso de anticoagulantes e, se o risco de sangramento não for elevado, deverá administrar o medicamento. Pode ser considerada ainda a realização da trombólise, procedimento em que se utiliza medicação para dissolver um coágulo, e da embolectomia, cirurgia que visa a desobstruir artérias.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/doencas/embolia-pulmonar.htm