A jiboia (Boa constrictor) é uma serpente pertencente à família Boidae. As serpentes pertencem à classe dos répteis e são caracterizadas por apresentar corpo alongado e coberto por escamas, ausência de patas anteriores, podendo ocorrer patas posteriores vestigiais em algumas espécies, entre outras características.
Essa espécie tem sido vítima de caça e tráfico devido ao valor comercial de sua pele e carne, além da sua comercialização como animal de estimação. Existem cerca de 11 subespécies de jiboia. No Brasil, há a ocorrência de duas delas:
Boa constrictor amarali: apresenta coloração predominantemente cinza ou marrom, com alguns indivíduos quase pretos. Não ultrapassa os 2,4 metros de comprimento. Ocorre na região do bioma Cerrado.
Boa constrictor constrictor: apresenta coloração variada, podendo ir do cinza claro ao marrom-escuro. Pode chegar a 4 metros de comprimento. É encontrada em uma maior área de abrangência, podendo surgir na região da Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e Restinga.
A jiboia é um animal que não possui um habitat específico, podendo ocupar diversos domínios morfoclimáticos, desde florestas tropicais a regiões semiáridas.
Muitas pessoas acreditam que a jiboia é venenosa, há até mesmo uma crença de que ela é venenosa durante alguns meses do ano. No entanto, isso não é verdade, pois as jiboias não apresentam glândulas de veneno, nem dentes inoculadores.
A jiboia não é venenosa e mata sua presa por constrição, impedindo o fluxo sanguíneo.
Apresenta cabeça triangular, uma característica de cobras venenosas, no entanto, como dito anteriormente, a jiboia não é uma cobra venenosa. Outra característica da jiboia, e que também é uma característica de cobra venenosa, é a cauda que se afina de maneira abrupta. Apresenta dentição áglifa, ou seja, não inoculadora de veneno. Os indivíduos dessa espécie apresentam cores variadas, podendo apresentar tons amarelos e vermelhos, no entanto, predominam diferentes tons de cinza e marrom.
Podem apresentar patas posteriores vestigiais, que podem ser utilizadas, por exemplo, no processo reprodutivo. A locomoção desses indivíduos ocorre por meio de contrações na superfície ventral do corpo, formando ondas regulares na pele que o impulsionam para frente ou para cima. São arborículas e terrestres e de hábitos noturnos.
É um animal predador e, por apresentar os ossos do crânio e da mandíbula móveis, consegue capturar grandes presas. A jiboia (geralmente) alimenta-se de mamíferos, como roedores e pequenos primatas, lagartos, aves, entre outros animais. Ela mata suas presas por meio de um processo de constrição, ao envolver-se no indivíduo. A constrição é tão forte que interrompe o fluxo sanguíneo, impedindo a chegada de oxigênio aos órgãos.
De forma geral, pode-se observar uma diferença entre os indivíduos machos e fêmeas dessa espécie. A fêmea é maior, mas o macho tem maior cauda. São animais vivíparos, podendo nascer até 55 filhotes de uma vez. Esses filhotes podem nascer com até 60 cm de comprimento, completamente formados; às vezes, encontram-se envoltos por uma membrana transparente.
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A sucuri é uma serpente de hábito semiaquático e é considerada a maior serpente do mundo em volume corporal.
A jiboia e a sucuri, muitas vezes, são confundidas devido ao fato de ambas serem constritoras, ou seja, matam suas presas por meio da constrição e pertencem à mesma família. No entanto, elas apresentam diferenças significativas.
A sucuri pode chegar a cerca 11 metros de comprimento, sendo bem maior que as jiboias. Ela é, inclusive, considerada a maior cobra do mundo em volume corpóreo. Enquanto a jiboia é terrestre e arborícola, a sucuri é semiaquática, podendo ficar até 30 minutos debaixo d'água, sem respirar. No entanto, ela também pode ser encontrada sobre árvores ribeirinhas. A sucuri apresenta hábito crepuscular e noturno, enquanto a jiboia é de hábito noturno.
A criação de répteis, como a jiboia, é denominada herpetocultura. A criação desses animais como animais de estimação tem aumentado bastante. Isso se deve ao fato de esses animais precisarem de menos espaço para viverem do que cães e gatos, e o tempo de cuidado com eles também é menor. Dentre as vantagens para se criar esses animais, podemos destacar:
Ocupam pouco espaço, podendo viver em terrários dentro de casa;
Não causam incômodos, já que não emitem sons, não soltam pelos ou penas;
Não precisam alimentar-se todos os dias, o que não ocupa muito o tempo do dono.
Atualmente, existem algumas ações para proibir que alguns répteis, como a jiboia, sejam comercializados como animais de estimação. Nessas ações, alega-se que há pouco conhecimento da população a respeito dessas espécies, o que pode comprometer os cuidados com o animal, além do fato de ser muito comum o abandono desses animais após a compra.
ATENÇÃO: É importante destacar que, para se ter um animal como esse como seu animal de estimação, é necessário ficar atento à legislação vigente e adquiri-lo apenas de criadouros regularizados.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/zoologia/jiboia.htm