A lontra é um animal pertencente ao filo Chordata, à classe Mammalia, ordem Carnivora, família Mustelidae, a mesma família do furão. Atualmente, são conhecidas treze espécies de lontras com ampla distribuição pelo planeta, entretanto, apenas duas ocorrem no Brasil. São elas: a lontra, também conhecida como lontra-neotropical (Lontra longicaudis) e a lontra-gigante ou ariranha (Pteronura brasiliensis).
As lontras são animais que passam boa parte do tempo na água, nos mais diversos ambientes aquáticos, desde ambientes de água doce até marinhos. No entanto, preferem locais com pouca ação antrópica, para que possam construir sua toca. Assim, são considerados animais semiaquáticos.
A lontra é conhecida por apresentar um corpo alongado e esguio. Alguns indivíduos podem alcançar até 1,5 metros de comprimento. O formato de seu corpo, além da presença de membranas entre os dedos e uma cauda robusta, acaba sendo uma ótima adaptação para viver nos ambientes aquáticos.
Assim como os demais mamíferos, apresentam o corpo coberto de pelos, o que lhes confere uma maior proteção contra a perda de calor para o ambiente, funcionando como um isolante térmico. A pelagem nas lontras, assim como nos demais mamíferos semiaquáticos, é impermeável.
A sua coloração varia entre marrom claro e escuro, com partes mais claras na região do pescoço. As lontras também apresentam os sentidos da audição, visão e olfato bem desenvolvidos.
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A lontra é um animal carnívoro e alimenta-se principalmente de peixes, no entanto, pode se alimentar de outros animais aquáticos, além de pequenos mamíferos, répteis, anfíbios e aves. Ela apresenta uma dentição forte e afiada, o que lhes permite agarrar o alimento e cortar.
A lontra apresenta um tempo de gestação e número de filhotes que variam entre as espécies, geralmente são dois filhotes por gestação. Os filhotes quando nascem são totalmente dependentes das mães, pois nascem de olhos fechados. Eles são amamentados até a sétima semana após o nascimento, passando, então, a consumir carne. Os filhotes permanecem junto à mãe até cerca de um ano de idade.
Como dito anteriormente, são conhecidas treze espécies de lontras, entre elas, apenas duas ocorrem no Brasil:
A lontra ou lontra-neotropical habita os mais diversos ambientes de água doce ou marinhos, desde costas rochosas a regiões florestais. A sua alimentação é bastante variada, pois além de peixes, alimenta-se também de pequenos mamíferos, entre outros animais, desde que esses sejam lentos e não consigam escapar de seus ataques.
A gestação nessa espécie dura cerca de 56 dias e podem originar até cinco filhotes, no entanto, a média é de dois filhotes por gestação. A lontra ou lontra-neotropical está classificada, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), como quase ameaçada.
A lontra-gigante ou ariranha é um animal que vive em pequenos grupos familiares com até 15 indivíduos, habitando, preferencialmente, ambientes de água doce, com margens apresentando declives suaves e vegetação densa. Além do Brasil, é encontrada em países como Bolívia, Peru, Suriname, entre outros.
A lontra-gigante ou ariranha tem geralmente uma gestação por ano e essa dura cerca de 77 dias, dando origem até seis filhotes, no entanto, a média é de dois filhotes por gestação. Alimentam-se principalmente de peixes.
A lontra-gigante ou ariranha está classificada, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), como em perigo.
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Atualmente, tem aumentado o comércio de lontras, principalmente de algumas espécies asiáticas, como animais de estimação. No entanto, esse tipo de animal em cativeiro tem sua reprodução bastante dificultada, além de necessitarem de uma dieta especializada e vacinas.
Como dito anteriormente, na natureza essas espécies vivem em grupos de até quinze indivíduos, o que não ocorre em cativeiro. Essas espécies também não são dóceis, o que pode acabar se tornando um problema para quem quiser criá-las como animal de estimação. A retirada desses animais do seu habitat natural causa diversos problemas para o animal e para todo o ecossistema, pois algumas dessas espécies já estão em perigo de extinção.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biodiversidade/lontra.htm