Tamanduá é o nome popular de um grupo de animais mamíferos pertencentes à superordem Xenarthra e ordem Pilosa. Nessa ordem, está presente, também, a preguiça. São conhecidas quatro espécies de tamanduás distribuídas em duas famílias: Cyclopedidae (Cyclopes didactylus, popularmente conhecido como tamanduaí) e Myrmecophagidae (Myrmecophaga tridactyla, popularmente conhecido como tamanduá-bandeira; Tamandua tetradactyla, tamanduá-mirim; Tamandua mexicana, tamanduá-do-norte).
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O tamanduá é um animal mamífero e apresenta características típicas da classe, como a presença de glândulas mamárias, o fato de serem endotérmicos, entre outras características da classe.
Além disso, o tamanduá apresenta longos e abundantes pelos pelo corpo, uma característica da ordem Pilosa; apresenta xenartria, uma característica da superordem Xenarthra, que consiste em articulações adicionais atípicas em suas vértebras.
O tamanduá também apresenta uma estrutura constituída da fusão do sacro com algumas vértebras caudais e lombares, essa estrutura é denominada de sinsacro. Embora apresente grande porte, o tamanduá apresenta uma baixa taxa metabólica.
O tamanduá alimenta-se geralmente de insetos, no entanto, na natureza, a alimentação desses animais é mais diversificada, podendo incluir também sementes. Apresentam membros torácicos fortes, musculatura desenvolvida e garras fortes que os auxiliam na quebra de cupinzeiros, por exemplo, em busca de alimentos. As garras também são utilizadas como um meio de defesa.
O tamanduá apresenta mandíbula alongada, não apresenta dentes e, assim, utiliza sua longa língua para a captura de alimento. Outras adaptações relacionadas à sua alimentação é a presença de um longo intestino (cerca de 7,7 metros) e bactérias que degradam a quitina presente no exoesqueleto dos insetos ingeridos.
A reprodução do tamanduá ocorre em diferentes épocas, variando entre as espécies. O período gestacional também é variável, podendo durar até 190 dias, como ocorre em M. Tridactyla. Após o nascimento, enquanto ainda se alimenta do leite materno, o filhote vive preso à mãe. O tamanduá é um animal que não vive em grupos, podendo ser vistos aos pares na época reprodutiva ou, como citado anteriormente, enquanto o filhote ainda está em fase de amamentação.
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Como dito anteriormente, os tamanduás são constituídos por quatro espécies. A seguir, descreveremos algumas características de cada espécie.
O tamanduá-bandeira é um animal de grande porte, sendo conhecido também como tamanduá-gigante, pode alcançar cerca de 2 metros de comprimento e pesar cerca de 39 kg. Apresenta uma pelagem de coloração cinza escura, mesclada com branco, apresentando faixas pretas no dorso.
Habita regiões de florestas úmidas, secas, savanas e campos abertos. Pode ser encontrado em países da América do Sul, como Brasil, Colômbia e Paraguai, e na América Central, como o Panamá. O tamanduá-bandeira, assim como as outras espécies de tamanduás, é um animal solitário.
Essa espécie requer uma grande área para viver, entretanto, estimar o tamanho dessa área vai depender do tipo de ambiente, densidade de indivíduos da espécie, disponibilidade de alimentos, presença de manchas florestais, entre outros fatores.
Alguns estudos já apontaram a necessidade de uma área de 90 km², enquanto outros apontam áreas menores, como 9 km². As fêmeas, geralmente, têm um filhote por ano e sua maturidade sexual, na natureza, inicia-se por volta dos 2 anos de idade.
Segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), o tamanduá-bandeira está classificado como vulnerável. Um dos fatores responsáveis pelo declínio da população é o regime de fogo que ocorre nas áreas habitadas por essa espécie, como o Cerrado.
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O tamanduá-mirim é uma espécie de porte menor, apresentando cerca de 77 cm e pesando 7 Kg. Apresenta uma coloração dourada e preta, no entanto, sua cauda não apresenta pelo na extremidade.
O tamanduá-mirim habita regiões de florestas tropicais, savanas e até manguezais. São encontrados em diversos países da América do Sul e Central, como Brasil, Guiana Francesa, Argentina e Venezuela. Alimentam-se, principalmente, de formigas e cupins, como as demais espécies de tamanduás, entretanto, já foi observado alimentando-se de mel. A fêmea tem, geralmente, um filhote por ano.
Segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), o tamanduá-mirim está classificado como em uma situação de menor preocupação.
Essa espécie é semelhante ao tamanduá-mirim, apresentando cor dourada com áreas pretas ou apenas dourada. Essa espécie habita regiões de florestas tropicais e subtropicais, sendo encontrada no sul do México, em países da América Central como o Panamá e na América do Sul, em países como a Venezuela e Bolívia. Não há ocorrência dessa espécie no Brasil.
Além de formigas e cupins, esse animal alimenta-se também de palmitos. A fêmea tem, geralmente, um filhote por ano. Segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), o tamanduá-do-norte está classificado como numa situação de menor preocupação.
O tamanduaí é o menor de todos os tamanduás, apresenta cerca de 55 cm e pesa apenas 300 gramas. Essa espécie habita as florestas tropicais, matas de galeria e de manguezais. O tamanduaí é encontrado em algumas regiões do México; na América Central é encontrado, por exemplo, no Panamá e Nicarágua; na América do Sul é encontrado no Brasil, Venezuela, entre outros.
Diferentemente das outras espécies, o tamanduaí alimenta-se exclusivamente de formigas. A fêmea, como as outras espécies, tem apenas um filhote por ano. Segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), o tamanduaí está classificado como em uma situação de menor preocupação.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biodiversidade/tamandua.htm