A hipótese heterotrófica está entre as concepções existentes sobre os primeiros seres vivos. Ela considera que os primeiros organismos eram heterotróficos. Segundo esse raciocínio, tais organismos eram simples, não possuindo um aparato para a realização de processos fisiológicos mais complexos para obtenção de seu alimento. Acredita-se que os primeiros organismos eram seres fermentadores.
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Dentre as hipóteses que buscam explicar como eram os primeiros organismos no planeta Terra, podemos destacar a hipótese heterotrófica. Ela busca explicar como era a nutrição dos primeiros organismos existentes no planeta. Segundo essa ideia, num ambiente onde ainda havia ausência de oxigênio, os primeiros seres eram simples e não apresentavam estruturas que os permitiam realizar processos complexos para obtenção de seu alimento.
Diante disso, esses organismos nutriam-se de matéria orgânica simples presente no meio. Ao final desse processo, surgiam como produto final gás carbônico (CO2) e álcool (C2H5OH), ou seja, os primeiros organismos presentes no planeta eram fermentadores. A disponibilidade de alimento e a forma como o obtinham permitiram-lhes reproduzir-se rapidamente e proliferar-se naquele ambiente.
A ação desses organismos contribuiu para a mudança no ambiente, pois a produção de gás carbônico (CO2), como produto final do seu processo de obtenção de energia (fermentação), e o seu lançamento no meio fizeram com que a quantidade desse gás aumentasse bastante na atmosfera.
O aumento da quantidade de gás carbônico no meio favoreceu, então, o desenvolvimento de um outro grupo de organismos, os autotróficos, que utilizam o gás carbônico e a radiação solar para a síntese de seu alimento.
Os organismos autotróficos fotossintetizantes foram os responsáveis por um aumento de gás oxigênio (O2) na atmosfera, já que ele é um dos produtos finais da fotossíntese. Com esse aumento, alguns organismos heterótrofos que, além da fermentação, conseguiam degradar as moléculas orgânicas em moléculas mais simples na presença de oxigênio, um processo conhecido como respiração aeróbica, foram favorecidos. Nisso surgiram os organismos eucariontes, possuidores de mitocôndrias.
A origem da vida no planeta desperta grande curiosidade. No tópico anterior, falamos que, segundo a hipótese heterotrófica, os primeiros seres vivos eram organismos heterotróficos, mas como eles surgiram?
Entre as inúmeras concepções que buscam explicar a origem da vida na Terra, a mais aceita pela comunidade científica é a hipótese de Oparin e Haldane. Segundo ela, a atmosfera da Terra primitiva era constituída por gases como amônia, hidrogênio, metano e vapor de água, expelidos constantemente pelas atividades vulcânicas.
O vapor de água que se condensava rapidamente evaporava, devido às altas temperaturas do planeta. À medida que o planeta esfriou-se, a condensação do vapor de água permitiu a formação dos oceanos.
Os primeiros compostos orgânicos, os aminoácidos, surgiram devido à reação entre os diversos elementos presentes na atmosfera, por meio da ação de descargas elétricas e da radiação ultravioleta do Sol. As chuvas carregavam esses compostos para os oceanos primitivos, formando o que se chama de “sopa nutritiva”.
Nos oceanos primitivos, esses aminoácidos uniram-se formando compostos mais complexos, semelhantes às proteínas, e, em seguida, após novas reações, elas deram origem aos coacervados.
Os coacervados são constituídos por proteínas e uma camada dupla de proteínas. Com o passar do tempo, tais estruturas tornaram-se mais complexas, dando origem aos primeiros seres vivos. Saiba mais sobre como surgiu vida na terra acessando nosso texto: Origem da vida.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/origem-universo-vida/hipotese-heterotrofica.htm