Clostridium botulinum é uma bactéria gram-positiva que se desenvolve em meio anaeróbio, possui formato de bacilo e produz esporos resistentes. A bactéria é encontrada em diferentes locais, tais como solo e fezes humanas. Destaca-se por produzir uma toxina poderosa responsável por causar botulismo, uma doença grave que pode matar. A toxina produzida por essa bactéria, no entanto, não é apenas maléfica, destacando-se por seu uso na estética e também na medicina.
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Clostridium botulinum é um bacilo gram-positivo, anaeróbio e que produz esporos.
Clostridium botulinum produz uma toxina conhecida como toxina botulínica.
A toxina botulínica é responsável por desencadear o botulismo.
O botulismo leva o indivíduo à morte, principalmente, por insuficiência respiratória.
A toxina botulínica é muito usada para fins estéticos, sendo aplicada, por exemplo, com finalidade de reduzir as marcas de expressão.
A toxina botulínica é também usada no tratamento de problemas como bruxismo, estrabismo e bexiga hiperativa.
Clostridium botulinum é uma bactéria, encontrada no solo, em fezes humanas, de animais e em alimentos, responsável pela produção de uma toxina que provoca uma doença conhecida como botulismo. É uma bactéria do tipo bacilo, gram-positiva e que se desenvolve em meio anaeróbio, ou seja, sem oxigênio.
Apresenta a capacidade de produzir esporos, os quais se destacam por serem muito resistentes. Os esporos podem sobreviver por mais de 30 anos quando em meio líquido e, provavelmente, podem se manter viáveis por ainda mais tempo em locais secos. Os esporos suportam altas temperaturas, tolerando 100 °C por horas e 120 °C por 15 minutos.
A toxina botulínica é uma neurotoxina de origem proteica produzida pelo Clostridium botulinum. Atualmente, são reconhecidos oito tipos de toxinas botulínicas, as quais são denominadas A, B, C1, C2, D, E, F e G. As toxinas A, B, E e F são patogênicas para os seres humanos.
A toxina botulínica destaca-se por atuar nas junções neuromusculares, causando uma falha na transmissão dos impulsos nervosos nas junções das fibras nervosas. Com isso, a toxina botulínica causa paralisia flácida dos músculos controlados por esses nervos.
Essa toxina é muito potente e pode até mesmo ser fatal. Atualmente, não se sabe qual seria uma dose letal em humanos, entretanto estudos com outros primatas permitem obter alguns dados. Estima-se que uma dose letal da toxina tipo A em um homem com 70 kg seria igual a 0,09-0,15µg por via intravenosa ou intramuscular, de 0,70-0,90µg por inalação ou ainda de 70µg por via oral.
A toxina botulínica pode ser usada para fins estéticos e até mesmo terapêuticos. No caso de tratamentos estéticos, a toxina é usada, geralmente, para amenizar rugas e linhas de expressão, bem como para o reposicionamento de sobrancelhas. No caso das linhas de expressão, injeta-se uma pequena quantidade da toxina na musculatura subjacente das linhas indesejadas. A toxina provocará o bloqueio do impulso que orienta esse músculo, causando o relaxamento.
Outro uso da toxina botulínica diz respeito ao tratamento da chamada hiperidrose. Nesse caso, a toxina atua paralisando as glândulas sudoríparas. A toxina botulínica pode ser usada ainda no tratamento de problemas como o estrabismo, bruxismo, bexiga hiperativa e blefaroespasmo.
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Botulismo é uma doença causada pelas toxinas produzidas por Clostridium botulinum. Trata-se de uma doença grave, considerada uma emergência médica e que apresenta elevada mortalidade. Alguns dos sintomas da doença são:
A forma mais comum de morte provocada pelo botulismo é a ocorrência da insuficiência respiratória, a qual é resultado da paralisia dos músculos respiratórios.
Atualmente, são reconhecidos quatro tipos de botulismo: botulismo alimentar, botulismo por feridas, botulismo intestinal e botulismo infantil.
O botulismo alimentar ocorre como consequência da ingestão de toxinas presentes em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. O Ministério da Saúde destaca como os alimentos mais comumente envolvidos com a transmissão desse tipo de botulismo as conservas vegetais; produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal; pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pastas de queijo; e, de forma mais rara, alimentos enlatados industrializados.
O botulismo por ferimentos é uma forma rara de botulismo e ocorre quando lesões são contaminadas pela bactéria. Ferimentos profundos, esmagamento de membros e ferimentos produzidos por agulhas são algumas lesões que podem servir de entrada para a bactéria.
O botulismo intestinal é resultado da ingestão de esporos presentes nos alimentos e a posterior fixação e multiplicação do agente no intestino do indivíduo. É no intestino que ocorrerá a produção e também a absorção da toxina botulínica.
O botulismo infantil é uma forma de ocorrência intestinal e está muito ligado ao consumo de mel de abelha por crianças nas primeiras semanas de vida. Esse tipo de botulismo é mais frequente em crianças com idade entre três e 26 semanas.
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Como vimos, a contaminação pela bactéria Clostridium botulinum causa botulismo. O tratamento para o botulismo deve ser feito imediatamente após o diagnóstico da doença para que seja reduzida a chance de morte do paciente. Em geral, o tratamento baseia-se na adoção de medidas de suporte e monitoração do paciente e na administração de soro antibotulínico e antibióticos. Vale destacar que o soro é fornecido com exclusividade pelo Sistema Único de Saúde.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biodiversidade/clostridium-botulinum.htm