O albinismo é uma desordem genética relacionada com a síntese de melanina no corpo. Esse distúrbio é ocasionado por alterações no metabolismo que provocam a ausência ou redução da produção melanina, desencadeando hipopigmentação da pele, dos pelos e até mesmo dos olhos.
Pode-se classificar o albinismo em três formas básicas: ocular, parcial e oculocutâneo. O albinismo ocular é aquele em que a despigmentação ocorre apenas nos olhos. O parcial, por sua vez, é o albinismo caracterizado pela produção de melanina em apenas algumas partes. Por fim, o oculocutâneo, tipo mais comum, é o albinismo em que todo o corpo é afetado.
→ Genética do albinismo
O albinismo oculocutâneo é uma herança autossômica recessiva, ou seja, uma pessoa, para ser albina, deve receber dois alelos recessivos (aa): um de seu pai e outro de sua mãe. Por esse motivo, a incidência de albinismo no mundo é relativamente baixa, com cerca de 1 caso para cada 20000 pessoas.
Vale destacar que, em alguns lugares do mundo, os índices de albinismo são bastante elevados, principalmente em razão do casamento consanguíneo, que é comum em algumas regiões. No Panamá, na comarca de Kuna Yala, os índices de albinismo chegam a 1/100.
→ Funções da melanina e consequências de sua produção reduzida
A melanina é uma proteína sintetizada por células denominadas de melanócitos que confere cor à pele, cabelo e olhos. Além de funcionar como pigmento, a melanina garante proteção contra a radiação ultravioleta emitida pelo sol, lâmpadas fluorescentes e até câmeras de bronzeamento.
Pessoas albinas, em virtude da ausência de melanina, possuem pele e cabelos claros e olhos avermelhados ou azul-esverdeados. Possuem também vários distúrbios visuais, como fotofobia, astigmatismo e miopia. Além disso, possuem maior predisposição ao câncer de pele, eritema solar e fotoenvelhecimento, uma vez que são afetados mais gravemente pela radiação solar.
→ Cuidados dos albinos com a saúde
Em razão da predisposição para várias doenças, diversas recomendações são feitas às pessoas albinas. É necessário, por exemplo, usar protetores solares, óculos escuros e roupas com tecido com trama bem fechada para proteger-se da radiação. Também são recomendados acessórios como chapéus, bonés e sombrinhas. As crianças não devem ser expostas ao sol em nenhum momento e, portanto, as atividades ao ar livre devem acontecer em períodos noturnos.
Como a exposição ao sol, algumas vezes, é nula, faz-se necessária a suplementação com vitamina D. Essa vitamina é a responsável pela manutenção de dentes e ossos, e sua ausência no organismo está relacionada com o raquitismo.
Além de todos os cuidados do dia a dia, o albino deve realizar consultas periódicas ao médico. Nessas visitas, o profissional realizará exames para averiguar a saúde ocular e da pele, avaliando, por exemplo, o surgimento de lesões sugestivas de câncer.
* Créditos da imagem: Shutterstock e Larissa Pereira
Por Ma. Vanessa dos Santos
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/doencas/albinismo.htm