Os cinco reinos dos seres vivos é uma classificação até hoje apresentada em uma grande quantidade de livros didáticos. Entretanto, observa-se uma tendência a aceitar, atualmente, a classificação dos seres vivos em seis reinos. Várias classificações surgiram ao longo do tempo e, ainda hoje, surgem de modo a tentar organizar melhor esses agrupamentos de seres vivos. À medida que novos conhecimentos e tecnologias surgem, as relações entre os seres vivos ficam mais fáceis de serem demonstradas.
Os cinco reinos dos seres vivos propostos por Whittaker são:
Reino Monera;
Reino Protista;
Reino Fungi;
Reino Plantae;
Reino Animalia.
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Classificar os seres vivos não é uma tarefa fácil, e até hoje esse desafio não foi solucionado completamente. Apesar de vários pesquisadores trabalharem desde a Antiguidade para conseguir a classificação dos organismos menos falha possível, nenhuma classificação proposta está isenta de problemas.
Inicialmente, os sistemas de classificação eram simples, até porque mecanismos genéticos e evolutivos não eram conhecidos como nos dias atuais. Lineu, por exemplo, classificava os seres vivos em apenas dois grupos: Reino Animal e Reino Vegetal.
Com o conhecimento dos organismos microscópicos, percebeu-se que não era possível classificar os seres vivos apenas em animais e vegetais. Surgiu, então, em 1866, o termo protista, que posteriormente foi chamado de Reino Protista, para classificar organismos microscópicos eucariontes que não se enquadravam como animais ou vegetais. As bactérias só ganharam seu espaço em 1956, quando surgiu o Reino Monera, que reunia os organismos procariontes.
Em 1969, criou-se o sistema conhecido como os cinco reinos. Esses reinos foram propostos por Whittaker e até hoje estão presentes na maioria dos livros didáticos, apesar de novas classificações estarem sendo propostas a todo tempo.
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Os cinco reinos propostos por Whittaker são: Reino Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino Animalia e Reino Plantae. A seguir listaremos as principais características de cada um desses reinos.
→ Reino Monera: engloba todos os organismos procariontes existentes, ou seja, todos os organismos que não apresentam núcleo delimitado por membrana nuclear. Nesse grupo, todos os representantes também são unicelulares, e o modo de nutrição pode ser autotrófico ou heterotrófico. Como exemplos de representantes do Reino Monera, podemos citar as bactérias e as cianobactérias.
→ Reino Protista: atualmente chamado de Protoctista, esse reino engloba seres unicelulares e pluricelulares, eucariontes, autotróficos ou heterotróficos. Como exemplos de representantes desse reino, podemos citar algas uni e multicelulares e protozoários.
→ Reino Fungi: engloba organismos unicelulares e multicelulares, eucariontes e heterotróficos. Como exemplo, podemos citar os bolores, cogumelos e levedos.
→ Reino Plantae ou Metaphyta: inclui organismos multicelulares, eucariontes e, com exceção das plantas parasitas, autotróficos, ou seja, que produzem seu alimento. Como exemplo, podemos citar as hepáticas, as avencas, os pinheiros e os ipês.
→ Reino Animalia ou Metazoa: agrupa organismos multicelulares, eucariontes e heterotróficos. Como exemplo de representantes, podemos citar o homem, as esponjas, as águas-vivas e os peixes.
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Com o surgimento de novas tecnologias e aprofundamentos na área de genética e evolução, foi possível perceber que a tão difundida classificação em cinco reinos não representava adequadamente as relações existentes entre os seres vivos. Vários estudos foram feitos e novos sistemas de classificação foram propostos.
Nesse contexto, destaca-se o trabalho do pesquisador Carl Woese, que realizou análises de RNA ribossomial e propôs a divisão dos seres vivos em três domínios (categoria taxonômica acima de reino). Os três domínios propostos por Woese são Archaea, Bacteria e Eukarya.
Nessa divisão, os organismos procariotos estão divididos em dois domínios: Archaea e Bacteria. De maneira resumida, podemos dizer que, no domínio Bacteria, estão incluídas as espécies mais familiares de procariontes, como as bactérias patogênicas. No domínio Archaea, por sua vez, estão procariotos que compartilham algumas características com eucariotos. Nesse grupo estão incluídos procariotos extremófilos, ou seja, que vivem em ambientes extremos, onde poucas espécies sobreviveriam.
Com essa divisão, podemos perceber que o Reino Monera deixa de existir, uma vez que ele era responsável por englobar todos os organismos procariontes, como bactérias, cianobactérias e arqueas. Por fim, temos o domínio Eukarya, no qual estão incluídos todos os organismos eucarióticos.
Atualmente se considera a classificação dos seres vivos em pelo menos seis reinos: Reino Archaea (Archaebacteria), Reino Bacteria (Eubacteria), Reino Protista, Reino Fungi, Reino Plantae e Reino Animalia. Vale destacar, no entanto, que vários trabalhos de taxonomia estão sendo continuamente realizados em todo o planeta. Portanto, ao analisar mais profundamente essa questão, é possível perceber que outras classificações existem e, a todo momento, novas descobertas estão sendo realizadas, o que pode fazer com que descubramos relações entre os seres vivos até então desconhecidas, atualizando novamente nossos conhecimentos sobre o tema.
Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biodiversidade/cinco-reinos-dos-seres-vivos.htm