Os homens sempre tiveram curiosidade a respeito da vida e de seu surgimento. Desde os primeiros pensadores eles procuram entender como surgiu a primeira forma de vida na Terra. Fato concreto é que nada surgiu da mesma maneira como é visto hoje, mas uma dúvida permanece: De onde surgiu a vida?
A princípio acreditava-se que a vida surgia de matéria inanimada, sem vida. Essa era a teoria da geração espontânea, também chamada de abiogênese. Os estudiosos da época, incluindo o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.), afirmavam que os seres vivos poderiam vir de material que não era vivo. Hoje percebemos claramente que a ideia é ilógica, mas na época diversos experimentos foram realizados para prová-la.
O mais clássico experimento que tentava explicar a abiogênese era o surgimento de ratos a partir de roupas sujas. Colocavam-se roupas sujas acompanhadas de grãos de trigo em determinado local e, após alguns dias, nasciam ratos. Para nós é claro que os ratos eram atraídos pelo odor das roupas sujas e pelo alimento, porém a ideia da abiogênese perdurou por diversos anos.
Francesco Redi (1626-1697) foi o primeiro a colocar em xeque a teoria. Segundo ele, seria impossível um ser vivo nascer de matéria bruta. Mas como ele poderia provar que a teoria aceita por diversos anos estava errada?
Redi criou um experimento para tentar acabar de vez com essa ideia errônea. Sua experiência consistia em colocar carne em diversos vidros de boca larga, deixando alguns fechados com gaze e outros abertos. O resultado foi que nos vidros abertos, onde moscas podiam pousar livremente, surgiram larvas. Já o vidro fechado não apresentou nenhuma larva. Redi concluiu, então, que as larvas eram algum estágio da vida das moscas e que elas não surgiam dos pedaços de carne. A teoria da abiogênese ficou, então, abalada e surgiu a teoria da biogênese.
A teoria da abiogênese continuou sendo aplicada para explicar o surgimento de micro-organismos. Entretanto, alguns pesquisadores ainda não aceitavam que essa teoria pudesse estar correta e continuaram as pesquisas.
Louis Pasteur, por volta de 1860, realizou alguns experimentos para acabar com qualquer dúvida que restasse acerca dessa questão. Ele colocou caldos nutritivos no interior de frascos de vidro, depois aqueceu e curvou os gargalos. Essa curvatura impedia a entrada de poeira e outras partículas presentes no ar, mas ainda mantinha o caldo em contato com ele. Depois ele ferveu o caldo para que todos os micro-organismos presentes morressem, deixando o líquido então livre de qualquer forma de vida.
O resultado foi que em nenhum frasco apareceu micro-organismos. Pasteur concluiu, então, que os micro-organismos ficavam presos no gargalo torcido e, por isso, o caldo não apresentava nenhum desses seres. Para comprovar de vez sua hipótese, ele quebrou os gargalos de alguns frascos. Após alguns dias, os frascos que tiveram seus gargalos retirados apresentaram micro-organismos, enquanto os outros não.
Pasteur provou definitivamente que a teoria da abiogênese estava incorreta e que a vida poderia surgir apenas a partir de outra vida preexistente. Entretanto, ao fazer essa afirmação, outra dúvida surgiu: Como surgiu a primeira forma viva?
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