A arara-azul, também conhecida como arara-azul-grande, pertence à espécie Anodorhynchus hyacinthinus. Possui coloração predominantemente azul-cobalto, com regiões em amarelo ao redor dos olhos e na mandíbula inferior. Apresenta a pele em volta da mandíbula na forma de fita. Essa é uma ave de grande porte com cerca de 1,0 m de comprimento da cabeça à cauda e 1,20 m de envergadura, pesando, aproximadamente, 1,3 kg.
→ Qual é o grupo da arara-azul?
As araras-azuis pertencem à ordem Psittaciformes, sendo a maior ave desse grupo. Nessa ordem, estão também outras aves, como papagaios e periquitos. Essa ordem caracteriza-se por seus componentes apresentarem crânio arredondado, bico curvado para baixo, mandíbula larga, pés com dois dedos para a frente e dois para trás, plumagem com cores fortes. A família da arara-azul é a Psittacidae, sendo o Brasil o país com o maior número de representantes dessa família.
Na América do Sul, além da arara-azul-grande, são conhecidas mais duas espécies de araras-azuis, também pertencentes ao gênero Anodorhynchus: a arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Vale dizer que a arara-azul-pequena é considerada extinta.
Uma das características que diferenciam a arara-azul-de-lear da arara-azul-grande é a coloração azul-esverdeada presente na cabeça e pescoço.
→ Arara-azul-pequena e arara-azul-de-lear
Essas duas espécies tão semelhantes já foram por muitos anos confundidas, sendo até mesmo consideradas como subespécies, mas apresentam suas peculiaridades:
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arara-azul-pequena: é a primeira ave considerada extinta no Brasil. Não existe nenhum indivíduo na natureza, nem vivendo em cativeiro. Elas habitavam áreas savânicas entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e apresentavam cerca de 72 cm. A sua diferença em relação à A. leari está em relação ao tamanho, sendo ela a menor do gênero, e aos tons da coloração. A caça e a destruição do ambiente podem ter sido as responsáveis por sua extinção.
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arara-azul-de-lear: mede cerca de 75 cm e pesa cerca de 940 g. Apresenta uma coloração azul-esverdeada na cabeça e pescoço, e a pele em volta da mandíbula possui formato de gota. Seu habitat é restrito às regiões de Caatinga na Bahia, especificamente em uma região denominada de Raso da Catarina, utilizando os costões rochosos para dormirem e nidificarem. Houve uma descoberta tardia de um grupo de poucos indivíduos vivendo em uma região restrita e apresentando também alimentação restrita, sendo constituída principalmente de coco da palmeira licuri. No entanto, ações conservacionistas permitiram que essa espécie não se extinguisse como a arara-azul-pequena.
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→ Características da arara-azul
Além das características já citadas anteriormente, podemos destacar o fato de viverem em bandos (de 10 a 30 araras), constituírem famílias e haver cuidado parental. O casal, que só é dissociado em caso de morte de um dos indivíduos, divide os cuidados com a prole. Vale destacar que essas aves podem viver por mais de 50 anos.
A fêmea é a responsável pela incubação do ovo, que pode durar cerca de 28 dias. Nesse período, o macho fica responsável por alimentá-la. Quando os filhotes nascem, eles são alimentados pelos pais por cerca de seis meses. Geralmente ocorre a postura de dois ovos, mas apenas um filhote desenvolve-se.
Outra característica especial dessas espécies está no fato de construírem espaços para serem utilizados na reprodução. Normalmente, utilizam alguma cavidade já iniciada anteriormente por outras aves, como o pica-pau, e aumentam o tamanho da área. Em seguida, esses espaços são ocupados por outros indivíduos, por isso, as araras-azuis são chamadas de engenheiras ambientais.
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→ Habitat da arara-azul
A arara-azul habita as regiões tropicais, em especial, regiões abertas do Brasil, Paraguai e Bolívia. No Brasil, embora sua população esteja bastante reduzida, são encontradas em diversos biomas, principalmente no Pantanal, onde elas ocupam áreas afetadas pelo homem, assim como bordas de cordilheiras, entre outros. No Cerrado está associada principalmente às regiões de veredas, de onde podem retirar seus alimentos devido à presença de buritizais. Na Amazônia, elas são encontradas nas bordas de matas secas e formações florestais.
→ Alimentação da arara-azul
A arara-azul apresenta um bico muito forte e curvo, o que favorece a sua dieta, baseada, principalmente, em castanhas. No entanto, a sua dieta é restrita às castanhas de algumas poucas espécies de palmeiras, como as retiradas de cocos de acuri e bocaiuva. Embora essas aves sejam sedentárias, isso faz com que seja comum a elas realizarem pequenas migrações em busca de alimentos. Assim, as araras-azuis também apresentam um papel de grande dispersoras de sementes, pois acabam levando sementes para longe da planta-mãe.
→ Extinção da arara-azul
Muitas pessoas acreditam que a arara-azul está extinta. No entanto, essa espécie está classificada hoje na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como sendo uma espécie vulnerável. A espécie é considerada como vulnerável quando há o risco de que ela entre em extinção na natureza.
A espécie já passou por situações mais complicadas. A caça, o tráfico de animais e a destruição de seu habitat são alguns fatores que contribuíram para uma diminuição significativa dessa espécie. Mas, a criação do Projeto Arara-Azul, na década de 90 no Pantanal, permitiu que aquela realidade mudasse. Por meio de ações como monitoramento, manejo de ninhos, instalação de ninhos artificiais, educação ambiental, entre outras, a população que era constituída por cerca de 1500 indivíduos, mais do que triplicou nos últimos anos.