As sanguessugas são animais pertencentes ao filo Annellida, classe Hirudinea ou Hirudinoidea, e vivem em ambientes úmidos ou em água doce. Elas são bastante conhecidas pelo fato de algumas espécies serem parasitas externas (ectoparasitas) temporários de outros animais.
Elas apresentam um corpo cilíndrico revestido por uma cutícula e, diferentemente de outros anelídeos, não possuem cerdas. As sanguessugas são celomados, e seu celoma é dividido em segmentos (metâmeros). Elas apresentam também duas ventosas: uma posterior, que auxilia na fixação e locomoção, e uma anterior, que ajuda a sugar o sangue dos animais parasitados por elas.
Sistema nervoso
O sistema nervoso desses animais é constituído por um par de gânglios dorsais ligados ao cordão nervoso central, o qual apresenta gânglios segmentares.
Circulação
O sistema circulatório é constituído por seios que se comunicam, e alguns deles pulsam para impulsionar a circulação do sangue.
Excreção
É realizada por nefrídios, que podem ser ramificados e apresentar nefróstomas (extremidade ciliada em forma de funil) fechadas.
Reprodução
As sanguessugas são hermafroditas e apresentam fecundação cruzada. A maioria delas produz um casulo contendo os ovos fecundados que são depositados na terra ou na água. Não há reprodução assexuada, nem regeneração de partes perdidas de seu corpo.
Respiração
A respiração é cutânea e é realizada por uma rede de capilares presentes abaixo da epiderme. No entanto, algumas espécies apresentam brânquias.
Digestão
As sanguessugas podem ser necrófagas, predadoras ou parasitas. A digestão é extracelular por um tudo digestório completo. Esses animais são conhecidos principalmente pelo fato de algumas espécies sugarem o sangue de alguns vertebrados para obter alimento. Para isso, as sanguessugas fixam-se no animal a ser parasitado por meio de suas ventosas, perfuram sua pele e, por causa da ação de sua faringe muscular, sugam o sangue, que será armazenado em um papo. Geralmente, nesse processo, não há dor e a presença de uma enzima salivar (hirudina) impede a coagulação do sangue.
Curiosidade
Durante anos, as sanguessugas foram utilizadas pela Medicina no tratamento de doentes por meio de uma técnica denominada sangria, na qual esses animais sugavam parte do sangue do doente para curar ou amenizar a doença. No entanto, após diversos estudos que comprovaram a ineficácia da técnica, essa prática foi abandonada. Atualmente, as sanguessugas são utilizadas em algumas cirurgias plásticas para a retirada de sangue acumulado em alguns pontos, e sua substância anticoagulante é utilizada em tratamentos alternativos de trombose.
Por Ma. Helivania Sardinha dos Santos